Palavras
dos cotovelos nos ouvidos das paredes
Saber
expressar-se é sem dúvida uma qualidade importante para o bem das relações sociais.
Ser dotado de boa comunicação pode significar abrir portas de um novo emprego
ou de um novo amor; pode ser o motivo da proximidade e da admiração de amigos;
pode, inclusive, ser a qualidade que o diferencia dos demais devido abrangência
de vantagens possíveis, pois ser capaz de comunicar-se bem é um indicador
direto de saber pensar. Não é à toa que cada vez mais pessoas buscam aprimorar
sua comunicação a fim de qualificar suas relações com o mundo. No entanto, “expressar-se bem” tornou-se quase sinônimo
de “saber falar” e isso faz com que
ignoremos o ouvir e, consequentemente, o compreender.
Joe Cruz
Opiniões
incoerentes regadas por discursos vazios e insustentáveis são comuns em rodas
de debates, reuniões ou em simples conversas de bar porque a necessidade
vaidosa de falar ganha força na necessidade de se impor. E aqui cabe bem uma
frase da letra da canção “Índios”
escrita por Renato Russo: “... E fala
demais por não ter nada a dizer”. Por outro lado, a boa fala pode calar-se na
carência de bons e sinceros ouvintes.
A
delícia da conversa certamente não guarda seu sabor no ouvir como ato de caridade que geralmente se dispõe aos chatos
mergulhados na Cultura do Eu, mas sim na capacidade de envolver-se na compreensão
que uma saudável comunicação pode alcançar. Para
tanto, é sensato o conselho de Rubem Alves: “Não é bastante ter ouvidos para
ouvir o que é dito; é necessário também que haja silêncio dentro da alma”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário