Uma pausa para um cafezinho! Uma conversa à toa para desbanalizar o dia a dia... Um espaço e um momento solto no ar, preso no olhar inutilmente essencial.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Palavra dos cotovelos nos ouvidos das paredes



Palavras dos cotovelos nos ouvidos das paredes
Joe Cruz
Saber expressar-se é sem dúvida uma qualidade importante para o bem das relações sociais. Ser dotado de boa comunicação pode significar abrir portas de um novo emprego ou de um novo amor; pode ser o motivo da proximidade e da admiração de amigos; pode, inclusive, ser a qualidade que o diferencia dos demais devido abrangência de vantagens possíveis, pois ser capaz de comunicar-se bem é um indicador direto de saber pensar. Não é à toa que cada vez mais pessoas buscam aprimorar sua comunicação a fim de qualificar suas relações com o mundo. No entanto, “expressar-se bem” tornou-se quase sinônimo de “saber falar” e isso faz com que ignoremos o ouvir e, consequentemente, o compreender.


Opiniões incoerentes regadas por discursos vazios e insustentáveis são comuns em rodas de debates, reuniões ou em simples conversas de bar porque a necessidade vaidosa de falar ganha força na necessidade de se impor. E aqui cabe bem uma frase da letra da canção “Índios” escrita por Renato Russo: “... E fala demais por não ter nada a dizer”.  Por outro lado, a boa fala pode calar-se na carência de bons e sinceros ouvintes.

A delícia da conversa certamente não guarda seu sabor no ouvir como ato de caridade que geralmente se dispõe aos chatos mergulhados na Cultura do Eu, mas sim na capacidade de envolver-se na compreensão que uma saudável comunicação pode alcançar. Para tanto, é sensato o conselho de Rubem Alves: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é necessário também que haja silêncio dentro da alma”.

                                                                                                                  

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