Uma pausa para um cafezinho! Uma conversa à toa para desbanalizar o dia a dia... Um espaço e um momento solto no ar, preso no olhar inutilmente essencial.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Povo feliz pra Gringo ver 
Joe Cruz


O povo brasileiro sempre foi reconhecido mundo a fora por sua alegria, por sua criatividade, por seu bom humor frente a tantas situações adversas, por sua curiosa capacidade de lidar com problemas aos quais, provavelmente, alguns povos (os pertencentes ao dito primeiro mundo) seriam incapazes ao menos de imaginar! Em suma, o resto do mundo reconhece o brasileiro como um povo feliz que sobrevive num campo improvável para isto. Por “campo improvável” pode-se entender nossas absurdas taxas de juros, nossos infinitos impostos, nossa corrupção, nossa violência, nossas leis, nossa pobreza (do povo, não do país), nossa precária educação...

Acontece que não somos necessariamente um povo feliz. Basta observar com cuidado nossas esquinas e nossos morros, até nossa elite para constatarmos este fato. Essa visão provavelmente foi construída nas areias das praias do Rio de Janeiro e do nordeste, nos campos de futebol lotados ou nos desfiles das escolas de samba dos grupos especiais. Não somos um povo satisfeito, mas nos mostramos como tal. Gostamos de ver os estrangeiros admirarem nosso samba, então sambamos mais animados na frente de um; sabemos que os estrangeiros invejam as mulheres bem bronzeadas nas praias brasileiras, elas então não perdem a oportunidade de exibir um bom rebolado! E por aí vai...
O estrangeiro é o nosso outro e para eles, parece que não podemos nos mostrar infelizes. Nós, por outro lado, os vemos (os países bem desenvolvidos) como povos superiores por não precisarem rebolar para demonstrar sua satisfação em viver do lado bom (rico) do globo. 

Um comentário:

  1. Verdade, pega o ônibus seis horas da manhã, pra ver a alegria! Hahahahah!

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