Uma pausa para um cafezinho! Uma conversa à toa para desbanalizar o dia a dia... Um espaço e um momento solto no ar, preso no olhar inutilmente essencial.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Tudo novo de novo!

Tudo novo de novo ! 
Joe Cruz
“Restart” - nova largada. Novamente começar. Ou melhor, continuar a começar... Recomeçar.
Não dá para entender facilmente o entusiasmo e a euforia que toma conta de grande parte das pessoas nos finais de ano. Tudo bem, a simbologia é clara e forte na nossa cultura, mas de todo modo, não dá para afirmar que é somente devido a ela que os céus se enfeitem com explosões coloridas carregadas por vibrações de “tempos melhores”!

   Talvez a noção de mercadoria se aplique também aos anos: já que tudo é produto, trocar um ano velho por um novo é motivo compreensível para entusiasmo, como é típicos das crianças quando ganham um novo brinquedo e engavetam o velho. Na verdade, o ano como produto só não é descartado na metade, em plena capacidade de uso (como fazemos com o celular, roupas, etc) porque somos obrigados a suportá-lo até o fim, até que a última folha do calendário enfim se invalide. Do contrário, desconfio que o descartaríamos a cada nova necessidade de recomeço.

   Quem já jogou algum daqueles vídeo-jogos de corrida de carrinhos sabe bem que largar mal e não recuperar o vacilo até a quinta volta (no máximo), significa ser obrigado a apelar para o botão mágico do vídeo game, o restart. Não dá para resistir! Recomeçar a corrida parece oferecer a certeza de que na próxima largada o vacilo não se repetirá e assim sendo, o cara se manterá na ponta, cuidando para não cometer nenhum erro até cruzar a linha de chegada. O Start para algumas pessoas parece carregá-las de uma forte intuição de que o (re) começo, simbolizado pelos abraços, pela confraternização, os fogos, o barulho, as luzes, os espumantes, é na verdade algo que redime as falhas e autoriza o novo, o sensato, o melhor. Tudo o que não foi agora será! E assim, o que se vê raramente é a celebração pelo ano que passou e acrescentou marcas na vida, mas sim a bajulação do que chega como quem por medo do desconhecido procura supersticiosamente barganhar com o futuro tentando convencê-lo (e a si próprio) de que agora sim e enfim não faltarão esforços para o melhor. O futuro é um senhor desconhecido que tememos por sua indiferença, e que nem por isso deixamos de querer domá-lo ou persuadi-lo com nossas expectativas. O que será do ano novo... dúvida. Bom, na dúvida feliz ano novo! Que Ele lhe traga muita paz, amor, prosperidade, felicidade... e se tudo isso não vier até o próximo dia 31 de Dezembro, a culpa não será sua, mas sim do ano que não se atentou para sua roupa íntima amarela ou esqueceu das ondas que você pulou; ou ainda, não enxergou a lentilha que você guardou com tanta fé na carteira...
Um brinde ao ilustre desconhecido!

                                                                                                                  

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